quinta-feira, 26 de março de 2015

Terapia Kintsugi

Esses dias o irmãozinho de uma das minhas melhores amigas me falou que eu só tinha 5% de coração. 5% de capacidade pra amar, pra sentir... Essas coisas. Dei risada junto com os meus amigos porque bem eu queria que fosse verdade (na verdade, não queria), mas a realidade é que ele tá bem mais perto dos 100% do que dos 5%. E eu sinto demais, o tempo todo. Calada, na minha, remoendo por dentro, explodindo por dentro, internalizando, às vezes confusa, mas sentindo. Por sentir demais, penso demais. Piro demais. Entro em full mode overthinker e boa sorte pra me tirar de lá. 

E não foco isso apenas em amizadji ou ~dramas românticos~ (*risadas*), não. Foco muito desse ~sentir~ nas coisinhas bobas, como alguns diriam, que eu curto: nos meus filmes, minhas séries, minhas músicas, meus livros. Meus, porque é eu. Faz eu ser eu. E que pra mim, de bobo não tem nada.


Então essa semana  e é o ponto de toda essa introdução verborrágica e chata  quando o álbum novo da minha bandinha favorita saiu (o áudio, porque ele mesmo só vai ser lançado dia 31), eu quase tive um negócio e explodi em mil pedacinhos de expectativa/felicidade. Segundo certa pessoa, eu atingi o nirvana, mas eu insisto em chamar de amor porque, Jesus, tô apaixonada.


O nome, pra quem não sabe, diz respeito a uma técnica japonesa de restauração, e em um momento deep filosófico quer dizer que aquilo que se quebra (e depois é reparado) é algo que faz parte da história do objeto — da pessoa? , e não algo pra ser escondido. Ou seja, quebrar o coração é algo para se cantar sobre invés de fingir que nunca aconteceu.

As músicas, na medida que foram lançadas antes do álbum sair, me deixaram numa pilha maravilhosa. Foi música boa atrás de música boa. E músicas que dá pra ouvir, dá pra sentir, que combinam.

Infelizmente ou não, caí na desgraça de ligar certos refrões, frases e canções com um divórcio que me abalou, em nível fangirl, profundamente. Mas nem esse motivo diminuiu o que já sinto pelo álbum. Pra ser até sincera, considero ele ainda mais atrativo por causa disso. (Embora eu queira dar um abraço no Ben e dizer "tá tudo bem")

Com divórcio ou não, esse álbum tá ocupando um lugar muito especial nesse meu coraçãozinho.

ÁLBUM NOVO!!! MEU DEUS!!!
Música conhecida faz bem pros ouvidos, diria a Ana Luísa, e eu concordo. Na primeira vez que ouvi o cd, estranhei algumas (poucas). Na segunda eu já tava acostumando. E na terceira eu já estava em estágio de "que é isso, que álbum!!!". E escutar ele na ordem, sendo todo construído e desconstruído e construído e entrando num loop maravilhoso de álbum fechadinho, completo, que dá pra ouvir do começo ao fim sem enjoar, eu percebi que entrei numa vibe que vai ser difícil sair. Talvez até diminua quando as coisas novas de outros mores forem lançadas, mas a bolha de amô tá boa, e me faz bem.

Pra provar meu ponto e que o nome do post tem justificativa, ontem eu fiz mermo toda uma terapia que envolveu desconectar a internet, colocar os fones, dar uma respirada e escutar o Kintsugi do Death Cab for Cutie inteirinho. No final saí mais leve e menos estressada. A+. 10/10. Would recommend.

E, agora, pra tentar resumir o que eu senti/sinto/sentirei com essa delícia de ~disco~ + parar de viajar de uma vez por todas (esse é muito provável o post mais confuso do blog porque ALL THE FEELS), aqui vai uma breve consideração das obras primas em forma de música aqui presentes (com gifs):


#1 No Room In Frame: "mais lentinha" "pera que letra é essa" "meu D!!!!!!!!!!!" "isso só pode ser pra Zooey" "amei". A música é muito boa, muitcho mermo. E agora ouvindo o álbum no repeat (acabou e começou de novo, de verdade) eu percebi como é conveniente que a primeira música depois de tanta coisa ter acontecido comece com "I don't know where to begin, there's too many things that I can't remember". ♥


#2 Black Sun: primeira a vazar do CD. Trouxe toda uma ideia de como seria o álbum e fez jus a ele. É um earporn do cara**o. HOW COULD SOMETHING SO FAIR BE SO CRUEL? Como pode? Me diz? Como? COMO?




#3 The Ghosts of Beverly Drive: tem um começo que engana um pouco, mas é mais animada. Parece ser sobre L.A. que o Ben não curtia. Não se sabe. Música de gente que tá no lugar errado. Que tá frustrada mas (sim sim sim) vai gritar pra todo mundo ouvir!!!



#4 Little Wanderer: "e esse começo meio The Cure?" "que coisa linda é essa????". Provavelmente a música mais lindoca e fofa do Kintsugi. "You're my wanderer, little wanderer, won't you wander back to meeee?" Não dá pra não curtir.




#5 You've Haunted Me All My Life: destruidora. Quase chorei a primeira vez que ouvi. Sérião. PRIMEIRA VEZ. "There's a flaw in my heart's design for I keep trying to make you mine". Gente, sério, quem faz isso? Não sei lidar com o poder destruidor dessa música não. #feelings



#6 Hold No Guns: lentíssima. Música de ninar. Só no violãozinho. Não indicaria para quem terminou relacionamento pois: intensa. Nem pra quem levou chute também... Vai que, né...



#7 Everything's A Ceiling: o começo do lado B do CD. Uma das músicas que fiquei ??????? e agora já tô curtindo. Tem que dar uma insistida no começo. Não é música com "coisa eletrônica", como eu tentei explicar, é com "coisa sintética", como me explicaram. Melhora muito da metade pro final.


#8 Good Help (is So Hard to Find): a cota música pra dar uma dançadinha pelo quarto. Não dá pra prestar atenção na letra porque é quase um: "dança aí, trouxa" pro mundo. Ou pra nós. (mas eu danço assim mesmo porque fodac)



#9 El Dorado: aquela que mais torci o nariz de começo. "Pra que tudo isso?", "pra que esses barulhinhos?", "acho que vou dispensar essa música", pensei eu. Até que... I trieeeeeed to be kind for you, ohhh I'm trying to be kind for youuuuuuu.


#10 Ingénue: já entrando pras músicas favoritas. A letra, por algum motivo, entra lá no fundinho da alma e dá uma vontade de a) correr e se atirar num rio só pra sentir aquele friozinho na barriga e/ou b) deitar em posição fetal analisando a vida. Méritos que essa banda consegue atingir com maestria. Um estranho bom, diriam. Ano que vem quando eu fizer TWENTY THREE já tenho música pra postar. #prioridades


#11 Binary Sea: não entendi direito qual é que é dessa música, mas em primeira ouvida ela já entrou pra uma das mais intrigantes e amáveis do álbum. Chuto dizer que é sobre a vida ~nos tempos modernos~. Chuto dizer que é uma cilada. E chuto dizer que se eu ouvisse ao vivo eu choraria feito uma cabrita, porque, de novo, prioridades (são tudo na vida).



Então, migxs, aqui fico. Peço desculpa, já tarde, se você chegou até aqui, pela bagunça. Perder as merdas era requisito mínimo pra eu escrever esse post. Beijos de luz. (escutem death cab)

3 comentários

  1. MIGA MIABRAÇA!!!1111
    Eu sempre faço esse momento terapêutico de parar a vida e ouvir um disco novo no escuro quando uma banda que eu gosto muito lança trabalho novo, e tô devendo isso pro Death Cab. O Kintsugi merece isso de mim. Eu não andava muito animada com novidades deles porque os últimos cds não foram lá muito fundo no que importa pra mim, então esse cd novo é o que eu venho esperando ansiosamente desde Plans. Ouvi pela primeira vez e dei aquele suspirinho de alívio: ufa, eles tão de volta, é por isso que eu sou fã.

    Tivemos opiniões bem parecidas no faixa a faixa, ainda não tô aceitando bem as eletroniquinhas (acho desrespeitoso) e sofrendo e sentindo profundamente todos os sentimentos das deprês. Acho que nesse instante minha favorita é Ingenue porque estou apaixonada por aquele arranjo. Depois vem Little Wanderer e You've Haunted All My Life, e tô no processo de apaixonamento por Hold No Guns, porque ela tem uma vibe country que eu AMO.

    Nossa, momentos, sentimentos, muita coisa acontecendo. Fiquei com vontade de escrever sobre, vamos ver se sai.
    beijos!

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  2. AH, nem acredito, alguém pra surtar junto!

    HAHA, sério, é meio triste ter um gosto musical tão bem dilapidado que seus amigos não fazem ideia de que bandas eu falo (aloka). E seus próximos mores a lançar música também estão na minha lista - acho que encontrei alguém pra surtar junto.

    Sobre Kintsugi: estava esperando há eras essas músicas! A cada uma que saía eu ficava afoita, adorando tudo pelo simples fato de ser Death Cab for Cutie e por eles estarem de volta (nada imparcial, eu sei). Passei pelos mesmo estágios que você, mas logo me acostumei e amei cada música - mesmo aquelas mais diferentinhas.

    Não sei se é pq estou ouvindo a mais tempo, mas por enquanto minha paixão é The Ghosts of Beverly Drive, com No Room In Frame na sequência (e super acho que é pra Zooey, também sou dessas).

    Post de fã pra fã, amei demais!
    Um beijo. (:

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  3. Miga, vem cá, vamos nos abraçar e chorar juntas porque eu também sou esse tipo de pessoa que entra nesse modo overthinker por qualquer coisa, mesmo as ~bobas~. Tenho achado essa terapia da música muito boa, já aderi, porque de fato a coisa funciona. Tô lá, estressada pra caralho, e daí começo a ouvir minhas músicas, a gritar as letras, dançar com os braços pra cima e chorar quando for conveniente e aí acaba e eu me sinto renovada, pronta pra outra.
    Confesso que não sou grande entendedora de Death Cab for Cutie até porque, veja só, se eu conhecer duas músicas é bastante coisa. Mas sua análise foi suficiente pra me fazer caçar esse álbum no spotify e apertar o play. Estou curtindo. Aguarde cenas dos próximos capítulos.

    beijo!

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