quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A little bit Cath, and Sarah, and Kelly

Em meados de 2007 ou 2008, eu, ocupadíssima como meus fervorosos 15 anos de idade, fui acabar em um buraco orkutizado chamado fake. Nunca entrei no mérito de como ou porque fui acabar lá. Só sei que não me arrependo. Saí de lá conhecendo muita gente que tenho do lado (virtual) até hoje. Conheci muita música. Muito seriado. Muito filme. Os arredores dos meus quinze anos não foram muito sociais (cara a cara-sociais), mas teve muita digitação às 2h33 da madruga, e muitos livros que eu lia em um dia. Dois dias. Uma semana. Então eu acho que compensou.

Numa dessas adicionar-aceitar-digitar com a foto de um personagem no lugar do meu rosto de verdade, conheci uma pessoa, tipo uma versão minha masculina, que teve a ótima, maravilhosa ideia de me apresentar uma banda que eu deveria conhecer, mas não conhecia: Death Cab for Cutie. Eu deveria conhecer porque eu muito provável já tinha escutado alguma(s) música(s) na trilha sonora de um outro seriado que eu gostava muito, mas não tinha assistido em ordem: The O.C. (até já expliquei o que houve por aqui).

(créditos)

Cortando o caminho, depois que conheci a banda, só existiu um uphill maravilhoso onde cada música nova (velha) que eu parava pra escutar e prestar atenção, eu terminava encantada. Junto com Smiths, acredito que Death Cab fale pra mim tudo o que eu preciso ouvir, ou conte um pouco de mim nas entrelinhas de dezenas de canções, e quando a banda não tá ocupada fazendo isso, ela tá ocupada criando toda uma história em suas músicas. E eu acho isso demais.

A gente já sabe que toda banda vai escrever sobre amor, felicidade, paixão etc., em algum momento da sua carreira. É claro que Death Cab for Cutie não seria diferente, mas com exceção do último álbum deles (Codes and Keys) que é mais alegre (vai ver ter sido casado com Zooey Deschanel mude um pouco a visão do mundo), os outros foram meio cruéis falando desses assuntos. Lindos, mas cruéis.


Eles falam de doença, na triste What Sarah Said (but I'm thinking of what Sarah said, that love is watching someone die. So who's gonna watch you die?); falam de relacionamentos fadados a darem errado, e admitem isso como se fossem tirar um band-aid, rapidinho pra doer menos, em músicas feito Tiny Vessels (this is the moment that you know that you told her that you love her but you don't, you touch her skin and then you think that she is is beautiful but she don't (sic) a mean thing to me), The Ice Is Getting Thinner (under me and you) ou a clássica Someday You Will Be Loved com seu viciante I cannot pretend I felt any regret 'cause each broken heart will eventually mend.

Eles também falam sobre a necessidade de mudança, ou estar preso na própria pele, mas falam isso dando um empurrãozinho pra esperança, como na minha nada favorita Soul Meets Body (aquela que eu já imaginei ter tatuada na pele 173 vezes, junto com as 173 vezes de outra música dos sad english Smiths), ou naquela que eu tenho desenhada/printada numa camiseta, You Are A Tourist (there's so many different places to call home), ou na antiga My Mirror Speaks.

Sem contar, é claro, aquelas que dá pra produzir um short film na cabeça: Cath..., Grapevine Fires, Talking Bird, Pity and Fear, Bixby Canyon Bridge, Crooked Teeth, entre outras.
(créditos)

Independe de qual seja o meu humor, ou o momento da minha vida, eu sempre vou conseguir encontrar uma música do DCFC que vai encaixar certinho com tudo o que esteja ocorrendo — sejá lá o que for.

Seth Cohen já dizia, e eu repito: do not insult Death Cab! Pelo menos, não perto de mim. Porque eles estão em mim, mesmo sem eles saberem disso, mesmo que a chance de algum dia eu ver eles ao vivo seja de 1%. E é simples: eu tô neles, eles tão em mim.

Ano que vem tem álbum novo, ele vem com um gostinho meio amargo porque o guitarrista/produtor, Chris Walla, deixou a banda depois de 17 anos. Ainda assim, eles prometeram um álbum bem Death Cab, então eu já dou adeus pra alegria do Codes and Keys, e espero ansiosamente por esse álbum que tem tudo pra acompanhar a vibe Transatlanticism, ou Plans, ou Narrow Stairs (vai ver divorciar-se de Zooey Deschanel também traga a antiga visão do mundo de volta).

Depois de toda essa rasgação de seda, deixo aqui a segunda, sem ordem de preferência, da série Educação Musical featuring Death Cab for Cutie — A Lista!

3 comentários

  1. Amei esse post, Ana! Death Cab For Cutie é total uma das bandas do meu coração. Sou muito fã de The O.C e conheci a banda através do inigualável Seth Cohen. Lembro até hoje do nosso primeiro ~encontro~: A Movie Script Ending tocando no episódio em que eles vão pra Tijuana, e o clássico "do not insult Death Cab". Ainda sonho em ter um pôster com a capa do Transatlanticism no meu quarto, só para combinar com o quarto do Seth, e ainda não perdi a esperança de ver um show deles um dia - mas qual é o problema desses caras de não quererem vir pro Brasil? Acho que foi ano passado que eles anunciaram uns shows especiais em comemoração ao aniversário do Transatlanticism, nos quais eles tocariam o álbum inteiro. Chorei sangue, porque é meu disco favorito deles e também é fácil um dos meus 10 discos favoritos da vida.

    Não sei se você já viu, mas a VH1 faz uns shows especiais muito legais, chama Storytellers a série. A proposta é a banda ou artista fazer um show e ir contando a história por trás de cada música. Tem um episódio com o DCFC e é muito bacana saber o que está por trás das músicas, a história de Cath é uma das mais inusitadas. Deve ter no Youtube, depois dê uma fuçada porque vale bem a pena.

    Nossas músicas preferidas são bem parecidas, se eu fosse fazer um top A Lack Of Color (minha favorita ever), Cath, Expo 86', Tiny Vessels e The New Year estariam definitivamente na minha lista. Adicionaria Transatlanticism, Photobooth e A Movie Script Ending também :)

    beijo!

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  2. Eu não conhecia a banda. Mas devo admitir que o som deles é bom. Coloquei para tocar a listinhas que você fez – e que lindas as músicas! Deveria ter feito uma playlist num site qualquer. But, ok U.U. Você também não chegou a acompanhar The O.C. decentemente? Pensei que fosse só eu. Tenho que resgatar esse tempo perdido. (Tenho feito isso com séries antigas e tem sido uma surpresa ♥). P.S.: anotei o nome da banda para baixar a discografia depois.
    - @ Emilie

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  3. VAMOS SER MIGAS SIM, PRECISAMOS!!

    Cara, não consigo segurar meu amor por essa banda, é forte demais. Tipo, tenho um trecho de company calls epilogue tatuado nas costas, esse é o tipo de fã que eu sou. Tô tão emocionada com a música nova :')
    Temos muitas figurinhas pra trocar, Ana!
    Adorei conhecer seu blog!
    beijo


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Maira Gall