sexta-feira, 15 de maio de 2015

A (in)sustentável de bowiece do ser

Lá em 2010 eu peguei A Insustentável Leveza do Ser pra ler, mas nunca cheguei a terminar. Se eu li 50 páginas foi muito. Acho que a vibe do livro não fechou com a minha da época e, não sendo mútuo, não foi pra frente. Ainda tenho muita vontade de parar pra ler de verdade o livro, e acredito que lendo hoje teria mais sucesso. Vai ver quem sabe eu até tento. 

De qualquer maneira, acho o nome do livro um dos melhores que já vi — dá pra fazer tantos trocadilhos maravilhosos que até perco as contas. 

Esse post, inclusive, é patrocinado por um desses Trocadilhos Maravilhosos™ (e também, é claro, pela vontade de não deixar o blog morrer, não deixar o blog acabar), e eu já tentei desenvolver ele aproximadamente nove vezes e falhei miseravelmente em todas elas.

Mas a verdade é essa: o ser humano não consegue ficar de boa — ao não ser que escolha isso. 

Claro que, como em uma peça de Direito, não cabe falar em doença, porque com isso ninguém deveria ficar de boa. Agora o resto...? 

Às vezes tenho a impressão que gostamos (vocês estão inclusos que eu sei) de enxergar ~pêlo em ovo~. Achar problema onde não tem, expandir probleminhas em problemões, só pra ter algo do que reclamar, algo com o que estar bravo, chateado ou tristonho. 

Estranhar-se com os amigos é normal. Levar um chute de alguém que você gosta é normal. Ir mal numa prova também. E acredito que toda a frustração, raiva e melancolia que a gente sente nessas horas é também normal. Acho tão válido sentirmos o que temos que sentir na hora certa, pra poder lidar com isso e seguir em frente. Acho tão errado ficar remoendo coisa que já passou, olhar pro passado com lentes que deixam ele muito melhor do que realmente foi, ver coisa onde não tem...  ̶̶̶  e meu Deus!, como eu faço isso. 


"The oddest things hurt me. They get stuck in my head and replay over and over."

Mas temos que admitir que às vezes, só às vezes, a gente precisa seguir a lei seje menas na vida porque às vezes não é pra tanto

(E às vezes é pra tanto sim. Chute baldes, corte relações, make no excuses for how you choose to repair what you brok... não, pera.)

"Give yourself permission to immediately walk away from anything that gives you bad vibes. There is no need to explain or make sense of it. Just trust what you feel."
"Until you heal the wounds of your past, you are going to bleed. You can bandage the bleeding with food, with alcohol, with drugs, with work, with cigarettes, with sex; But eventually, it will all ooze through and stain your life. You must find the strength to open the wounds, stick your hands inside, pull out the core of the pain that is holding you in your past, the memories and make peace with them." (LYANLA VANZANT)
Ando com umazideia que ~sometimes~ (pra não repetir "às vezes" novamentchi) temos que dar o braço a torcer, sermos menos inflexíveis e não enxergarmos tudo 8 ou o 80, preto no branco. Nós não somos oito ou oitenta, nós estamos mais pra nuances de cinza do que branco no preto. Então jamais que nossas relações ou as pessoas que estão com nós seriam fragmentadas apenas nessas duas esferas. Ingenuidade nossa pensar que sim. Então ou a gente aceita (que o outro não é nós), se adapta (e escolhe estar de boa), e evolui (pra aproveitar a happiness when shared), ou a gente vai viver de birra com algo, com alguém e com o mundo.

No final de Breakfast at Tiffany's o Paul faz todo um discurso pra Holly do quanto o amor nos dá chances de real felicidade, e isso pode-se lá ser uma falácia, mas o discurso é perfeito se trocarmos o amor por ser de boa, porque aí sim we're talking.


The most important decision you make is to be in a good mood de bowie
(Voltaire)
© AAAAAA
Maira Gall