sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Being a Fangirl

Às vezes eu fico pensando se é normal a gente curtir tanto personagens; seja de livros, séries ou filmes. Parece bobo que a gente goste de algo que, muitas vezes, não é real. E parece mais bobo ainda que nos identifiquemos com eles.

Não que eu sinta peso na consciência. De curtir personagens e coisas desse universo, e curtir tanto a ponto de às vezes simplesmente não conseguir calar a boca a respeito, sabe? Afinal, fala sério, nós gostamos do que gostamos e por mais que os outros não aprovem (pra quê aprovação?), não tem muita coisa o que se fazer quando rola um ~sentimento~.

(art cover by Noelle Stevenson)
E gente, eu juro, rolou o sentimento entre eu e o livro Fangirl da Rainbow Rowell.

“And I don’t have a weird thing with Simon Snow,”
Cath said. “I’m just really active in the fandom.”
What the fuck is ‘the fandom’?”

Ele foi provavelmente uma das leituras mais agradáveis e despretensiosas que eu li desde... Sempre. A personagem principal, a Cath, ela tá ali pra mostrar que existe gente como a gente! Yeah! Uhul! Yay!  E não importa se ela é uma personagem, ela realmente é gente que nem nós.

Acho que é porque, além de me identificar horrores com a moça, ela é tão real que chega a ser engraçado.

“No,” Cath said, “seriously. Look at you. You’ve
got your shit together, you’re not scared of anything.
I’m scared of everything. And I’m crazy. Like maybe
you think I’m a little crazy, but I only ever let people
see the tip of my crazy iceberg. Underneath this veneer
of slightly crazy and socially inept, I’m a complete disaster.”

É aquela coisa de ficar neurótica ao andar na rua de noite; fazer coleção (tensa) da coisa que gosta; sentir um aperto no estômago esperando a conclusão de um livro; having trust issues (!!!); não lidar bem com relacionamentos; praticamente fugir da vida real e se enfiar num quarto escrevendo fanfic feito uma louca; dormir pensando no fandom e acordar da mesma maneira; ser uma overthinker e a don't-touch-me-kind-of-person e mais umas mil detalhes que caem com uma luva na alma de gente feito ela. Ou feito eu.

“I wonder…,” she said, “if there was such a thing as
time machines, would anyone ever use them to go to the future?”

O livro simplesmente flui, e não sei se é porque eu li em inglês (ainda não tem tradução oficial pro Brasil, e espero que seja alguma editora legal que pegue o trabalho), não sei se é porque os personagens secundários são super carismáticos e tão interessantes quanto a personagem principal, ou se é porque eu não lia YA fazia um tempinho, o fato é que eu não consigo parar de pensar que todo mundo que gosta de alguma coisa ou tenha algum fandom em que participe bastante deveria ler o livro.

She hadn’t forgiven him yet, and even though she
was probably going to, she still didn’t trust him. She
didn’t trust anyone, and that was a problem. 
That was a fundamental problem.

O livro é sobre a mudança do ensino médio pra universidade. Então é tudo sobre roommates, e twins (a Cath tem uma irmã chamada Wren, que eu achei tão legal quanto a Cath), e escrever fanfics, e conhecer gente *cough* boys *cough* nova, e aprender a lidar com a vida acadêmica + fato de ser abandonada pela mãe quando pequena e mais muitas coisinhas divertidas.

“I don’t think I’m any good at this. Boy–girl. Person–
person. I don’t trust anybody. Not anybody. And the
more that I care about someone, the more sure I am
they’re going to get tired of me and take off.”

Além do mais, ele é todo cheio de referências divertidas. Eles citam (500) Days of Summer, 90210, Battlestar Galactia, Bon Iver, Kanye West (emergency!)... Ou seja: ♥

Apesar das citações fossas que eu escolhi colocar aqui, eu prometo que o livro é bem divertido. E eu não quero estragar a surpresa de ninguém com as partes legais. Vou deixar vocês lerem, o que eu espero que aconteça (!), e depois tirarem as próprias conclusões. :)

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